O silêncio do Arraiá das Viúvas: Um lamento pela Cultura em Simões Filho

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A tradição que movia corações e aquecia economias em Simões Filho agora é um eco distante: o Arraiá das Viúvas, que outrora pulsava com alegria e vibrantes celebrações, hoje se tornou apenas uma lembrança amarga. A verdadeira razão por trás desse apagamento cultural não foi a falta de recursos, mas sim o desprezo dos atuais gestores que, enquanto enterram nossa cultura, desfilam sorrisos em palcos distantes.

O mês de junho não é mais o mesmo sem o cheiro de milho assado e o arrastar dos pés no terreiro. O Arraiá das Viúvas, que celebrava o dia de São Pedro e representava a resistência cultural, foi arrancado da cidade, substituído por um vazio insuportável. A justificativa oficial sobre “impactos climáticos” soa como um insulto à inteligência da população, que testemunha líderes políticos em festivais alheios, ignorando o legado cultural que desprezam.

Esse apagamento simbólico revela um projeto de poder que vê na cultura popular uma ameaça. O que realmente dói não é apenas a ausência da festa, mas a mensagem de que nossas tradições e alegrias são descartáveis, subordinadas aos interesses de quem comanda. Agricultores, artesãos e músicos que dependiam do Arraiá foram relegados ao esquecimento, enquanto a economia local definha.

A hipocrisia dos que cancelam o Arraiá das Viúvas e ainda posam em festas de outras cidades é evidente. Restam perguntas que ecoam no vazio: até quando aceitaremos esse apagamento? Quantas gerações crescerão sem conhecer o verdadeiro significado do São Pedro em Simões Filho?

O silêncio é ensurdecedor, mas a história ensina que mesmo os silêncios mais profundos podem ser quebrados. Chegou a hora de levantar a voz e gritar, mais uma vez, “Viva o Arraiá das Viúvas!” Que possamos juntos resgatar o que é nosso e reivindicar nosso lugar na festa da vida.

Com informações do Tudo é Política